Inspirado nos ideais positivistas, e para oferecer educação e cultura à população carente, Carlos Leôncio da Silva Carvalho funda o Museu do Estado, em São Paulo.
Converte-se no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo e passa a ministrar gratuitamente cursos de artes aplicadas.
Com projeto do escritório de Ramos de Azevedo e desenho de Domiciano Rossi, tem início a construção de um novo edifício do Liceu de Artes e Ofícios, na Av. Tiradentes, junto ao Jardim da Luz.
Parcialmente concluído, sem o revestimento externo nem a cúpula projetada, que jamais se realizaria, o edifício promove cursos de instituição artística e o Ginásio do Estado.
O Secretário do Interior e da Justiça solicita sala para instalar a Galeria de Pintura do Estado — Pinacoteca, sendo instituída em 24 de dezembro com quadros transferidos do Museu Paulista. Seu acervo inicial era de 26 telas.
A Pinacoteca é regulamentada em 21 de Novembro. Em 24 de Dezembro, é aberta a 1ª Exposição Brasileira de Belas Artes (1913). Entre 1905 e 1911 são incorporadas ao acervo 33 pinturas de artistas brasileiros e também de estrangeiros que passaram pelo país.
A pintura Os emigrantes, de Antonio Rocco, é comprada pelo Governo para o Museu e se torna a primeira obra a representar a imigração em São Paulo.
Antonio Rocco
Os emigrantes, 1910 óleo sobre tela, 202 x 231 cm
Compra do Governo do Estado de São Paulo, 1918
Nesse ano o número de visitantes já está em torno de 15 mil pessoas.
A Lei 2.128 reorganiza as repartições públicas do Estado e subordina a Pinacoteca à Secretaria do Governo.
O Governo adquire para a Pinacoteca Bananal, de Lasar Segall. Essa pintura é a primeira obra moderna a entrar para o acervo de um museu de arte no Brasil.
Em outubro, o Museu é fechado e o prédio cedido à Primeira Legião, vinda do Paraná durante a Revolução de 30.
O edifício é requisitado durante a Revolução Constitucionalista para o Batalhão Militar Santos Dumont e o acervo do Museu fica disperso por diversos órgãos públicos.
No dia 25 de janeiro é erguido em frente à Pinacoteca, o monumento em homenagem a Ramos de Azevedo*. Por indicação de Mário de Andrade, o Governo adquire a pintura Mestiço, de Cândido Portinari, primeira obra do artista a integrar a coleção de um museu.
*Com a construção do metrô nos anos 1970 e o alargamento da Avenida Tiradentes, ela é recolhida aos depósitos da Prefeitura e posteriormente transferida para a Cidade Universitário.
Reinauguração da Pinacoteca na rua Onze de Agosto pelo secretário da Educação e Saúde Pública, Cntídio de Moura Campos.
O Museu inaugura a Sala Henrique Bernardelli para abrigar a coleção particular de 698 obras deixadas em em testamento pelo artista. O acervo atinge o número de quinhentas obras.
Decreto reorganiza a Pinacoteca e cria os cargos de restaurador e de diretor técnico, assumido por Paulo Vergueiro Lopes de Leão, por indicação do Conselho de Orientação Artistica.
O diretor da Pinacoteca recusa proposta do prefeito de instalar o Museu no Palácio das Indústrias, devido à poluição causada pelo Gasômetro e pelas fábricas das vizinhanças.
Aquisição do acervo artístico do pintor Pedro Alexandrino, que receberia, em 1947, sala especial no Museu. O acervo da Pinacoteca atinge o número de mil obras.
Pedro Alexandrino
Bananas e metal, c. 1900
óleo sobre tela, 98 x 130,5 cm
Transferência do Museu Paulista, 1905
A Pinacoteca retorna ao antigo edifício da avenida Tiradentes, agora sede própria. Funcionários da Estrada de Ferro Sorocaba auxiliam na mudança e soldados do Corpo de Bombeiros ajudam na montagem das salas de exposição.
Mais seis retratos de autoria de Almeida Júnior – além de A Providência guia Cabral, de Visconti, Camões lendo Lusíadas, de Antonio Carneiro, e Figura, de Henrique Bernardelli — são encaminhados à Pinacoteca pelo Museu Paulista.
Tem início o projeto Conferência a Passeio, em que os artistas plásticos Anita Malfatti, Alípio Dutra, Quirino Campofiorito e Georgina de Albuquerque, entre outros, percorrem o Museus discorrendo sobre a produção de alguns artistas.
Implantação da Pinacoteca Circulante, projeto pioneiro que exibiria, até 1971, obras do acervo no interior paulista, em clubes, salões paroquiais, escolas e prefeituras, com apoio do Rotary Club e de empresas dos municípios visitados.
A Folha da Tarde informa, na seção Museus e Exposições, que a Pinacoteca tem funcionários habilitados para atender grupos de estudantes em “passeios explicativos” ao acervo.
A biblioteca do Museu, composta de quinhentos volumes e instalada na sala da diretoria, é aberta ao público mediante agendamento prévio.
Acordo firmado entre o diretor da Pinacoteca e o Serviço de Fiscalização Artística proíbe o empréstimo de obras do acervo para repartições públicas. No ano seguinte, uma resolução determina a imediata devolução ao Museu das obras que estavam emprestadas.
O Museu ainda compartilha o espaço com a Escola de Belas Artes, o Serviço de Fiscalização Artística, a Escola de Arte Dramática, o Conservatório Estadual de Canto Orfeônico e o Liceu de Artes e Ofícios.
O acervo da Pinacoteca atinge o número de 2 mil obras. O Governo adquire um conjunto de 387 gravuras e Marcelo Grassmann.
A Pinacoteca é fechada para reforma e seu acervo é exibido em outras instituições. O Museus de Arte Brasileira da Fundação Armando Álvares Penteado (MAB-FAAP) promove mostra com obras da Pinacoteca.
A Escola de Belas Artes de São Paulo torna-se Faculdade de Belas Artes de São Paulo, permanecendo no prédio. São concluídas algumas etapas da reforma, como a escada de acesso à Pinacoteca pela Avenida Tiradentes e a outra lateral, além da finalização do teatro de arena.
A Secretaria de Cultura, Esportes e Turismo designa Walter Way, diplomata e crítico de arte, como diretor da Divisão de Unidades Culturais do Conselho Estadual da Cultura para responder pela diretoria da Pinacoteca.
Após ampla reforma, a Pinacoteca é reaberta.
A Pinacoteca dá início às exposições temporárias de arte contemporânea e rotatividade nas apresentações da sua coleção. São criados os laboratórios de desenhos para crianças, adolescentes, adultos e professores. Nesse ano Aracy Amaral assume a diretoria do museu.
A exposição Bom Retiro e Luz: um roteiro, com fotografias de Cristiano Mascaro, marca a intenção de articular a Pinacoteca com seu entorno, como o bairro da Luz, e inaugura a prática das mostras fotográficas na instituição.
Início do Curso livre de desenho com modelo vivo, semanal, sob a direção de Gregório Gruber Correia.
Aracy Amaral propõe ao Condephaat o tombamento do prédio da Pinacoteca. São realizadas aquisições de trabalhos contemporâneos dos anos 60 e 70.
Fábio Magalhães, museólogo, é nomeado diretor da Pinacoteca, cargo em que permanece até 1982.
Implantação do projeto Pinacoteca no Sesc, com a exibição mensal na Galeria Sesc Carmo, de uma obra do acervo do Museu. O acervo da Pinacoteca atinge o número de 3 mil obras.
O prédio da Pinacoteca é tombado pelo Condephaat e a direção do Museu passa a Maurício Fridman, arquiteto e programador visual.
Maria Cecília França Lourenço, historiadora de arte, é nomeada diretora da Pinacoteca. Permanecendo até 1988 no cargo, desencadearia uma intensa campanha em prol da ocupação total do prédio pela Pinacoteca.
O intelectual Alfredo Mesquita deixa à Pinacoteca, em testamento, um importante conjunto de obras, de autoria de artistas modernistas brasileiros, que só seria oficialmente incorporado ao acervo em 1994.
A Faculdade de Belas Artes de São Paulo sai do edifício que compartilhava a Pinacoteca, desde 1946, para sede própria na Vila Mariana.
Maria Alice Miliet, crítica de arte, é nomeada diretoria da Pinacoteca. Após nova interdição, a Pinacoteca reabre com Memória Paulista, uma grande retrospectiva do pintor Benedito Calixto.
Benedito Calixto
Baia de Sao Vicente, década de 1990
óleo sobre tela, 45,5 70,5 cm
Compra do Governo do estado de São Paulo, 1912
O artista plástico e curador Emanoel Araújo é nomeado diretor da Pinacoteca. Criada a Associação Amigos da Pinacoteca do Estado.
Com projeto do arquiteto Paulo Mendes da Rocha, tem início a reforma geral do prédio, agora totalmente ocupado pela Pinacoteca. Sua reforma insere-se no amplo programa de revitalização da área central da cidade, implementando durante o governo Mário Covas.
Início das exposições internacionais de grande porte com Rodin: Esculturas e Rodin e a Fotografia, visitadas por mais de 183 mil pessoas com o museu já em processo de reforma.
O projeto Pinacoteca no Parque, transfere instalações e parte das obras para Pavilhão Manoel da Nóbrega, no parque do Ibirapuera, com o laboratório de conservação e restauro trabalhando diante do público com cem obras do acervo.
Reformada, a Pinacoteca é entregue ao público em fevereiro. O segundo andar só ficaria pronto em dezembro, inaugurado com uma mostra de longa duração com as obras o acervo.
O Jardim da Luz é fechado para restauração e reaberto no mesmo ano com a mostra Esculturas monumentais européias, que marca o início da interação do mais antigo parque público da cidade com a Pinacoteca.
O projeto de restauro do prédio da Pinacoteca recebe o Prêmio Arquitetura Mies van der Rohe para América Latina. O acervo do museu atinge o número de 5 mil obras.
A exposição A Porta do Inferno, de Auguste Rodin, é vista por mais de 250 mil pessoas. O octógono, área central do 1º andar, é nomeado Mário Covas, homenagem ao governador falecido em fevereiro.
Emanoel Araújo, após dez anos à frente da Pinacoteca, transfere o cargo de diretor técnico para o museólogo Marcelo Mattos Araújo. É implantada a área de ação Educativa.
Obra da Galeria Tátil, com esculturas que podem ser tocadas somente por deficientes visuais.
Em janeiro, tem início o Projeto Octógono Arte Contemporânea, com a instalação do italiano Mario Merz.
A Pinacoteca incorpora o antigo edifício da Delegacia de Ordem e Política Social (Dops), no largo General Osório, ao lado da Sala São Paulo, que passa a ser a Estação Pinacoteca.
Criação e implantação do Centro de Documentação e Memória da Pinacoteca, na Estação Pinacoteca. Início das comemorações do 1º Centenário da Pinacoteca do Estado de São Paulo com a exposição Henry Moore: Brasil 2005, uma retrospectiva. O Museu conta com cerca de 220 pessoas em seus dois prédios e os visitantes ultrapassaram 240 mil pessoas.
A coleção Brasiliana – Fundação Estudar é doada para a Pinacoteca, uma das mais importantes doações da história do museu, com quase 500 obras centradas no século 19.
É inaugurado o Memorial da Resistência, no térreo do edifício do Largo General Osório, dedicado à preservação de referências das memórias da resistência e da repressão políticas do Brasil.
O 2º andar do edifício da Pinacoteca é fechado para reformulação da exposição permanente, até o fim do ano. O andar é reinaugurado com a exposição Arte no Brasil: Uma História na Pinacoteca de São Paulo.
Marcelo Araújo deixa a diretoria da Pinacoteca para assumir a Secretaria de Cultura do Estado. O Museu passa a ter um Diretor Técnico, um Administrativo Financeiro e um dedicado às Relações Institucionais e Captação.
É realizada a retrospectiva do artista Waltercio Caldas, um marco na programação de retrospectivas da Pinacoteca. No segundo semestre acontece a exposição Fortuna, de William Kentridge, que recebeu mais de 100 mil pessoas.
São apresentadas importantes exposições internacionais como Mira Schendel e Ron Mueck.
Esta última traz à Pinacoteca o maior público já registrado em uma exposição: 402 mil pessoas.
É assinado o comodato, definindo a Pinacoteca como responsável por preservar e dar acesso público às obras da Coleção de Roger Wright, com mais de 170 obras brasileiras dos anos 1960 até os anos 2000.
No fim de 2016 a Pinacoteca conclui em seu edifício da Luz a inédita cronologia da arte brasileira, abrindo ao público mais duas exposições que continuam a narrativa da “Arte no Brasil”: “Galeria José e Paulina Nemirovsky – Arte moderna” e “Vanguarda brasileira dos anos 1960 – Coleção Roger Wright“.