Blog da Pina

Postagem: A Voz da Arte – Projeto de Inteligência Artificial feito em parceria com a IBM

Publicado em 08 de maio de 2024

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: Bastidores

Até parece que foi no século passado quando em 2017 a Pinacoteca de São Paulo se tornou o primeiro museu de arte do mundo a utilizar o Watson, programa pioneiro de inteligência artificial da IBM, para interagir com o público do museu.

Museus em geral têm fama de serem locais silenciosos, formais e avessos às novidades. Mas não aqui na Pinacoteca de São Paulo! Para quebrar com esse imaginário equivocado sobre os museus é que sempre buscamos inovar na comunicação, nas redes sociais e no uso de novas tecnologias.

Foto do vídeo por Miligrama. mg.

O Watson é uma ferramenta de inteligência artificial que até aquele momento estava sendo acessado mais por médicos e juristas. Com um robusto repositório de conteúdos, o Watson tem a capacidade de elaborar respostas a partir de perguntas diversas.

Ao parar em frente das obras selecionadas, o visitante poderia fazer perguntas e ouvir respostas como se tivesse um professor de história da arte particular e ao seu ouvido, tudo por meio de um celular e um fone.

O projeto foi iniciado na Pina a partir da seleção de 7 obras chaves da coleção.

Em um segundo momento, foi necessário alimentar o “cérebro” do Watson, ou melhor, incrementar o seu repositório de conteúdo. Notícias e informações da web, músicas, fotos, textos curatoriais e críticos, biografia de artistas, contexto histórico, pesquisas e teses, todas as informações existentes, direta e indiretamente ligadas às obras escolhidas, foram utilizados para ensinar o Watson, acompanhado por uma curadora contratada para garantir que a respostas a serem dadas por ele, estariam embasadas em fontes seguras e verdadeiras.

Todo esse processo levou aproximadamente 6 meses. O projeto ganhou o nome de Voz da Arte e ficou ativo na Pina por um período de 9 meses. Mais de 210 mil perguntas foram feitas às obras durante todo o período do projeto!

A repercussão foi imensa! Redes sociais, programas de TV, jornais e revistas, o projeto ganhou notoriedade e visibilidade em todo o Brasil, mas não só. Museus e coleções internacionais também queriam saber mais dele.

O público vinha à Pina doido para provar da novidade e as reações eram as mais diversas…gente que se emocionava, gente que se divertia, e todos aprendiam. O Watson não deixava ninguém sem resposta, mesmo quando a pergunta era difícil ou fora do contexto artístico. Até com “pegadinhas”, o Watson se saia bem.

As idades também nos surpreenderam. Imaginávamos que a maioria dos visitantes seriam adultos. No entanto, a surpresa! As crianças estavam adorando falar com a máquina e descobrindo, desde pequenas, que o museu é vibrante, dinâmico e interativo, como é a vida lá fora.

Depois de todo esse esforço que envolveu as equipes de Curadoria, Ação Educativa e Comunicação, cientistas, técnicos e comunicadores da IBM, o projeto precisou ser descontinuado por questões orçamentárias. Uma pena, mas ficou a lição de que a tecnologia vem para somar mais camadas às experiencias dos visitantes, não para substitui-las.

O pioneirismo da Pina marcou a história do museu, mas também muitas vidas que passaram a se encantar com a arte graças àqueles dias em que se pode chegar pertinho de uma obra e perguntar sem vergonha: “Quem é você? Quem te fez? O que você significa?”.

 

Quem escreveu:

Autor da Postagem: Paulo Vicelli

Paulo Vicelli (Rio Claro SP, 1980) é formado em Relações Internacionais pela PUC-SP com pós-graduação em História da Arte (FAAP-SP) e Master em Comunicação (ESPM-SP). Ao longo de 25 anos atuando na área cultural, já passou por instituições governamentais, privadas e públicas. É conselheiro titular em notório saber em História da Arte do Condephaat; conselheiro da Oficina Francisco Brennand (Recife PE) e membro do conselho gestor do Parque da Luz. Desde 2012 atua como Diretor de Relações Institucionais da Pinacoteca de São Paulo.

Autor da Postagem: Adriana Krohling Kunsch

Adriana Kunsch é Coordenadora de Comunicação e Marketing na Pinacoteca de São Paulo. Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de São Carlos, atuou em várias frentes de Conservação Ambiental e como Gerente do Parque Estadual de Itaúnas no Espírito Santo. Voltou a viver em São Paulo em 2004 e entrou no mundo da Comunicação. É especialista em Marketing e em Gestão Estratégica em Comunicação Organizacional e Relações Públicas pela ECA-USP, fez MBA em Planejamento Estratégico e Economia Empresarial pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas – Fipe. Está na Pinacoteca de São Paulo desde 2014, e é responsável por todas as frentes de Comunicação do museu – Imprensa, Design, Redes sociais, comunicação digital, comunicação interna e marketing.

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