Os catálogos de exposições da Pinacoteca são a memória da mostra, com textos críticos, ensaios e imagens cuidadosas. Reformulados em 2016, possuem design único e bilíngue, reforçando a identidade do museu.
São muitas as etapas envolvidas em fazer um livro. Pesquisar, escrever, editar, revisar e traduzir são apenas algumas delas. Mas o que diferencia um catálogo de exposição de um livro “comum”?
Os catálogos são a memória da exposição e a possibilidade de extroversão da pesquisa realizada, extrapolando o tempo e território da mostra. Para além dos textos curatoriais completos – que nas paredes do espaço expositivo vemos apenas trechos ou uma versão reduzida – eles contam também com textos críticos e ensaios de estudiosos sobre o tema em questão.
Elaboradas para o público em geral, as publicações da Pinacoteca são fonte de conhecimento para pessoas de diferentes graus de formação, oferecendo um norte ou uma linha de pensamento para os novatos no mundo da arte e detalhes e curiosidades para os já iniciados da área.
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Fotos Levi Fanan. Pinacoteca de São Paulo.
Nossos catálogos são ricamente ilustrados com imagens dos trabalhos expostos, sempre tratadas com muito cuidado, para que as cores impressas sejam o mais fiel possível às obras originais. Isto porque as cores também são carregadas de simbologias e significados, por vezes sendo elementos fundamentais para a compreensão da obra de arte e das técnicas nela aplicadas. Este é um cuidado da Pinacoteca com artistas e seu público, para que possam desfrutar e refletir da melhor forma possível.
Reformulando os catálogos
Em 2016, a Pinacoteca passou por uma reformulação do seu logo e identidade visual, e consequentemente os catálogos também foram revistos. Se antes cada livro tinha um design diferente, acompanhando a identidade visual específica criada para cada exposição, após a implementação da nova identidade, passaram a respeitar um projeto único, fortalecendo a marca da Pinacoteca, diferenciando nossas publicações dos demais catálogos de arte.
A reformulação considerou também a agilidade (para que os livros fossem lançados sempre no mesmo dia da abertura da mostra), e a acessibilidade (para que a aquisição do produto final se tornasse financeiramente mais viável para o público). Para isso, excluímos processos que eram mais morosos ou encareciam a fabricação dos livros, como cortes especiais que exigem a confecção de facas gráficas, por exemplo — que apesar do apelo estético não condiziam com o pensamento inclusivo e de disseminação do conhecimento, tão prezados pelo museu.
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Catálogos das exposições de Joan Jonas e a coletiva Somos Muitos. Foto: Levi Fanan/Pinacoteca de São Paulo.
Hoje, ainda com esses quesitos em mente, temos trabalhado para aprimorar cada vez mais, adaptando o projeto para traduzir melhor a exposição ou a poética dos artistas, mas sem perder a essência da identidade da Pina e sua missão. Trazendo desde capas espelhadas ou com imagens sangradas, ornamentos com detalhes de obras e bordas coloridas, até uma pequena “obra-selo” original elaborada pelo artista – uma boa surpresa para quem adquiriu o catálogo de José Damasceno.
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Detalhe do catálogo da exposição de José Damasceno. Foto: Leila Costa.
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Catálogo da exposição de Cao Fei. Foto: Levi Fanan/Pinacoteca de São Paulo
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Catálogo da exposição de Elisa Bracher. Foto: Levi Fanan/Pinacoteca de São Paulo
A forma, o conteúdo e a relação
A maioria dos livros da Pina são bilíngues, com encadernação costurada, o que garante maior durabilidade. A linha utilizada normalmente é colorida, ornando com as cores principais do projeto gráfico, o que agrada o olhar dos apreciadores das artes gráficas.
Desenhados por um estúdio de design paulista¹, impressos no Brasil e em sua maioria utilizando papéis de fabricação nacional – que possuem selo PEFC² e FSC³ , em conformidade às metas de sustentabilidade da ONU —, os catálogos da Pinacoteca também reiteram o desejo de fortalecer nosso mercado, mantendo a produção dentro de nosso país.
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Detalhe do catálogo da exposição de Marta Minujín. Foto: Leila Costa.
Nestes 120 anos de museu, tivemos o prazer de trabalhar com muitos artistas. Alguns celebrando uma carreira longeva, outros no início, emocionados por terem em mãos seu primeiro catálogo individual, mas todos igualmente especiais, ajudando a Pina a se tornar este importante polo cultural de São Paulo.
Ao longo desse período, foram publicados aproximadamente 400 catálogos (260 feitos nos últimos 20 anos) que podem ser encontrados em diferentes bibliotecas ao redor do mundo e consultados também em nossa Biblioteca de Artes Visuais. Já os mais recentes, podem ser adquiridos também pela loja online ou lojas físicas do museu.
Também disponibilizamos alguns catálogos nas versões digitais para download gratuito. Confira na página Catálogos digitais gratuitos aqui no site da Pina!
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[1] Idealizado e implantado pelo Estúdio CLDT, vem sendo modificado pela designer Flávia Castanheira.
[1] Programa de certificação florestal que abrange toda a cadeia de abastecimento, o Programme for the Endorsement of Forest Certification (PEFC) garante as boas práticas de manejo e a origem responsável nos aspectos ambiental, social e ético.
[1] FSC®: Forest Stewardship Council®: Certificação que inclui as atividades florestais, desde a verificação dos cumprimentos de questões ambientais, econômicas e sociais, até a distribuição do produto por meio da cadeia de custódia e do manejo florestal responsável.
Quem escreveu:
Autor da Postagem: Leila Costa
Leila Costa é formada em artes visuais e arte educação pela Faculdade Santa Marcelina, pós-graduada em Gestão Cultural e pós-graduanda em Comunicação e Marketing pela ECA-USP. Atuou como arte educadora e produtora cultural com foco em exposições. Há 6 anos está à frente da produção editorial da Pinacoteca de São Paulo.
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