Foto de uma mulher deitada de barriga para cima águas rasas com pedras no fundo.
Foto de uma mulher deitada de barriga para cima águas rasas com pedras no fundo.

Tipo: Formação | Local: On-line

Formação: Curso Criar em Ruínas: o Antropoceno, a Crise do Imaginário e a Produção Contemporânea

Data Início Formação 04 de março de 2024 - Data Término Formação 18 de março de 2024

Inscrições Início Formação 05 de fevereiro de 2024 - Inscrições Término Formação 04 de março de 2024

Que outras imagens e imaginações sobre a Terra surgem? De que ferramentas conceituais, afetivas e imagéticas precisamos para entender o que está acontecendo? Com sua capacidade de construir novos regimes de percepção, a arte ganha força como recurso inestimável da existência humana para fazer frente aos desafios do momento presente.

No curso, serão discutidos aspectos filosóficos, ecológicos, tecnológicos, sócio-políticos e poéticos do antropoceno, reconhecendo seu impacto na psique coletiva e tentando compreender como as cosmologias ancestrais e a produção artística podem ser ferramentas para elaborarmos a imaginação de futuros.   

PÚBLICO-ALVO: pessoas professoras, pesquisadoras, artistas e público geral interessado em arte,  cultura, crise climática e filosofia.
FORMATO: online
NÚMERO DE VAGAS: 250

10 vagas para alunos ali:leste 
50 vagas para pessoas professoras de escolas públicas e educadoras sociais 
30 vagas afirmativas (pessoas pretas, pardas, amarelas, indígenas, ciganas, transexuais/travestis, com deficiência e pessoas com rendimento médio mensal de até dois salários mínimos). 

Seleção por ordem de inscrição através do formulário online.

DIAS E HORÁRIOS

Datas: 4, 6, 11, 13 e 18 de março de 2024 (segundas e quartas)
Horário: das 19h às 21h

PREÇO

Inteira: R$120,00
Meia: R$60,00 (meia para professores, estudantes e pessoas acima de 60 anos)
Amigos e patronos da Pina: R$110,00

INSCRIÇÕES

Encerradas.

PROGRAMA DE AULAS

Aula 1 —  A crise do Imaginário — com Sidarta Ribeiro 

Em seu livro “Oráculo da Noite: A história e a ciência do sonho”, Sidarta Ribeiro aborda os mecanismos fundamentais do sonho como função política e social para uma postura ativa na construção de futuros. 

Em meio a crescente crise ambiental, política e social que vivenciamos na atualidade, o exercício de imaginar futuros se faz uma ferramenta importante para a sobrevivência. A ficcionalização da realidade e construção de imagens que elaborem possíveis saídas para esta crise sem precedentes é aliada para que possamos passar pelos desafios da contemporaneidade. Lançados no meio do mundo, no meio de um tempo cuja origem e término não conseguimos alcançar ao olho nu nem com auxílio de qualquer aparato ou teoria científica, resta-nos inventar narrativas. O sonho, o acesso ao onírico e subconsciente tornam-se aliados na invenção do futuro e peças fundamentais para a saúde e a psique humana em tempos tão desafiadores.

Aula 2 —  O Antropoceno — com Alyne Costa 

Há pouco mais de duas décadas, cientistas investigam se as bruscas transformações nas dinâmicas ecológicas que viemos testemunhando indicam uma mudança de época geológica do planeta: teríamos ingressado no Antropoceno? Neste encontro, veremos o que tal mudança implica para a maneira como costumamos pensar a relação entre o humano, a natureza e o mundo, além de discutir algumas propostas teóricas, políticas e artísticas para melhor compreender e habitar esta Terra em vias de transformação. 

Aula 3 – O bem viver: o futuro ancestral – com Jera Guarani e Ana Mumbuca 

A ideia de futuro por vezes nos assombra com cenários apocalípticos. Por outras, ela se apresenta como possibilidade de redenção, como se todos os problemas do presente pudessem ser magicamente resolvidos depois. Em ambos os casos, as ilusões nos afastam do que está ao nosso redor.

Em seu livro “Futuro Ancestral” o filósofo originário Ailton Krenak nos provoca com a radicalidade de seu pensamento insurgente, aproximando nosso olhar para elementos da natureza como seres centrais para se pensar saídas para a crise climática. Da mesma maneira, Krenak localiza as cosmogonias dos diversos povos originários e quilombolas e suas sabedorias ancestrais como modelos de vida a serem seguidos para a continuidade da raça humana na Terra. Nesse encontro, Jera Guarani e Ana Mumbuca percorrem saberes e práticas que estruturam a vida em suas comunidades. 

Aula 4 — Territórios Sensíveis: arte, comunidade e questões ambientais — com Walmeri Ribeiro 

Criado em 2014 pela artista e pesquisadora Walmeri Ribeiro, “Territórios Sensíveis” é um projeto de pesquisa e criação em artes que reúne artistas-pesquisadores, cientistas, ambientalistas e comunidades locais para que, juntos, possam construir novas formas de imaginar e viver no mundo contemporâneo.

Inserido num campo de diálogo da arte com as questões ambientais, sobretudo, do impacto do Antropoceno e, consequentemente, das mudanças climáticas nos modos de vida, o projeto propõe experiências colaborativas de pesquisa-criação em arte, tecnologia e ciência.    

Aula 5 — Arte para imaginar futuros — com Sallisa Rosa e Thiago de Paula Souza 

Tendo como pano de fundo a produção da artista Sallisa Rosa e a pesquisa e projetos curatoriais do curador Thiago de Paula Souza, o encontro percorrerá trabalhos e estratégias contemporâneas de artistas que se debruçam na ficcionalização para criação de futuros. Mesmo que de maneira provisória, trabalhos que elaboram conceitos e práticas que criticam ou revisam as consequências trágicas do capitaloceno ou antropoceno, contribuem para não nos rendermos a assombrosa noção de fim de mundo. A partir de produções estéticas é possível formularmos futuros que caminham na contramão das ruínas do mundo? 

PALESTRANTES

ALYNE COSTA

Alyne Costa é filósofa, professora e pesquisadora da PUC-Rio e da Associação de Pesquisas e Práticas em Humanidades (APPH). Sua pesquisa trata da importância de pensar o Antropoceno e o colapso ecológico considerando também cosmovisões e modos de vida não ocidentais. Sua tese “Cosmopolíticas da Terra: modos de existência e resistência no Antropoceno” foi a vencedora do Prêmio Capes de Tese 2020 na área de filosofia. Também autora de “Guerra e paz no Antropoceno: uma análise da crise ecológica segundo a obra de Bruno Latour” (Autografia, 2017), é uma das líderes do grupo de pesquisas Terranias: Núcleo Transdisciplinar de Pensamento Ecológico (PUC-Rio/CNPq), membro do Laboratório Filosofias do Tempo do Agora (UFRJ/CNPq), do grupo de pesquisa Materialismos: Ontologia, Ciência e Política na Filosofia Contemporânea (PUC-Rio/CNPq), do projeto de extensão Quantas Filósofas? (IFCS/UFRJ) e da Rede Brasileira de Mulheres Filósofas, onde coordenou a Série de Vídeos Prêmio Filósofas de 2021 a 2022. Atualmente coordena também o projeto “A Terra e nós: educação, pesquisa e cidadania no Antropoceno” (PUC-Rio/CNPq) e é co-coordenadora da coleção Desnaturadas, da editora Bazar do Tempo.  

ANA MUMBUCA

É quilombola do Jalapão, no Tocantins. É graduada em Serviço Social e mestre em Desenvolvimento Sustentável pela UnB. É integrante e ativista do Quilombo Mumbuca, erguido por homens e mulheres negras, migrantes da Bahia e do Piauí, localizado no município de Mateiros (TO). A partir do livro O voo das abelhas da terra, Mumbuca traz uma perspectiva contra colonial sobre suas percepções e reflexões a partir da observação e vivência da resistência e o enfrentamento da comunidade do quilombo de Mumbuca à Covid-19. Também é autora da dissertação Uma escrita contra colonialista do quilombo Mumbuca Jalapão — TO, em que escreve sobre a afirmação da cosmologia quilombola, identificando os aspectos de como a mesma se origina, se gesta, diverge e confluência. 

JERÁ GUARANI

Liderança da aldeia Kalipety, uma das catorze aldeias da Terra Indígena Tenondé Porã localizada no extremo sul de São Paulo, Jerá Guarani é agricultora e pedagoga, além de ativista cultural, participando de diversos projetos culturais e documentários. Da etnia guarani mbya, Jerá é formada em pedagogia pela Universidade de São Paulo (USP) e atuou como professora e diretora da Escola Estaduali Indígena Gwyra Pepó, localizada na Terra Indígena. Alinhando sempre o campo da educação com o da agroecologia, Jerá realiza há mais de 10 anos um importante trabalho na retomada de sementes tradicionais guarani: em cinco anos, recuperou uma variedade de mais de 50 tipos de batata-doce guarani, assim como diversas espécies de milho crioulo, alimento ancestral e sagrado em sua cultura.  

SALLISA ROSA

Vive e trabalha no Rio de Janeiro. Atua com a arte como caminho a partir de experiências intuitivas ligadas à ficção, ao território e à natureza. Além disso, debruça-se sobre a temática da memória e esquecimento e estratégias de criação de futuro. A artista tem interesse especial na criação de instalações de grandes formatos em espaços públicos e institucionais. Sallisa trabalha com a terra em diversas materialidades, como plantio, barro e cerâmica, e também circula entre a fotografia e vídeo, performance e mais recentemente desenhos. Em sua trajetória, é central o comprometimento com práticas artísticas voltadas para construções coletivas, no sentido de desdobrar ações que culminam em partilhar saberes.  

SIDARTA RIBEIRO

Sidarta Tollendal Ribeiro é pai, capoeirista, biólogo e doutor em comportamento animal pela Universidade Rockefeller com pós-doutorado em neurofisiologia pela Universidade Duke. É co-fundador e professor titular do Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, publicou 6 livros, entre eles O Oráculo da Noite e Sonho Manifesto (Cia das Letras), sendo o mais recente o Flores do Bem (Fósforo). Atualmente é colunista de Sumaúma — Jornalismo do Centro do Mundo.

THIAGO DE PAULA SOUZA

Thiago de Paula Souza (Taboão da Serra, SP), curador e pesquisador com formação em Ciências Sociais. Foi educador do Museu Afro Brasil, em São Paulo, e membro das equipes curatoriais de “We don’t need another hero” a 10ª Bienal de Berlim,  3º edição de Frestas – Trienal de Artes de Sorocaba, organizada pelo SESC – SP e atualmente é o curador do 38º Panorama da Arte Brasileira do MAM, a acontecer em outubro de 2024. Sua prática curatorial e colaborativa está interessada em como a arte contemporânea pode articular plataformas de negociação, que mesmo de maneira efêmera contribuam para a reorganização da maneira como entendemos o mundo hoje. Também participou do programa “Propositions for Non-Fascist-Living”, organizado pela BAK em Utrecht e na mesma instituição, curou a exposição “Tony Cokes: To Live as Equals”, a primeira exposição individual do artista nos Países Baixos. Com a curadora Gabi Ngcobo, criou a plataforma “I’ve seen your face before”, parte do projeto Ecos do Atlântico Sul, do Goethe-Institut.  

WALMERI RIBEIRO

É artista-pesquisadora, professora da Universidade Federal Fluminense, onde coordena o Laboratório de Pesquisa em Performance, Mídia Arte e Questões Ambientais — BrisaLAB. É também professora dos Programas de Pós-Graduação em Estudos Contemporâneos das Artes PPGCA | UFF e Pós-Graduação em Artes Visuais — PPGAV | EBA |UFRJ.  Pós-doutora pela Concordia University Canadá, é bolsista de pesquisa FAPERJ. Desde 2014, desenvolve a plataforma de pesquisa e criação artística Territórios Sensíveis. É autora dos livros Territórios Sensíveis: Práticas Artísticas no Antropoceno (Circuito, 2023), Territórios Sensíveis | Baía de Guanabara (Circuito, 2020), Poéticas do Ator no Cinema Contemporâneo (Intermeios, 2014), e co-organizadora dos livros Arte e seus territórios Sensíveis (Intermeios, 2014) e Arte e seus percursos Sensiveis (Intermeios, 2016) e Artes: Novos modos de Habitar | Viver (Intermeios, 2019).  Com trabalhos comissionados por instituições brasileiras e estrangeiras, nos últimos anos participou de exposições no Brasil e exterior.

MAIS INFORMAÇÕES

O curso terá certificado e será realizado em formato online via Zoom. O link de acesso a sala online e demais informações para início do curso serão enviadas com e-mail de confirmação de inscrição.

A pessoa aluna deverá usar o mesmo e-mail ou mesmo nome cadastrado no ato da compra para acessar a sala online, do contrário não será possível realizar o cadastro e acesso à plataforma Zoom e os recursos disponíveis para transmissão da aula. Eventuais trocas de e-mail feitas após a compra devem ser comunicadas à organização do curso até 2 dias antes do início do curso.

O curso é online, fornecido no formato síncrono, ou seja, ao vivo. As aulas serão gravadas e disponibilizadas para os alunos regularmente inscritos após o encerramento do curso e por período limitado. A equipe Pina Cursos compartilhará o link de acesso dos vídeos por e-mail e prazo de acesso.

A declaração de frequência será emitida após o término do curso. Participantes que obtiverem 75% de presença durante o curso, ou seja, logados no momento da transmissão do curso. O acesso aos vídeos das aulas do curso não será considerado na contagem de frequência.

A inscrição é pessoal e intransferível. Em caso de inscrição-presente, no momento da matrícula o pagante deve incluir os dados da pessoa convidada e informar a organização do curso sobre tal inscrição-presente, de modo a evitar possíveis equívocos de cadastro ou de compartilhamento dos conteúdos de estudo.

A utilização de meia-entrada é concedida a: estudantes, professores, pessoas com 60 anos ou mais e funcionários de instituições culturais (limite de até 5 funcionários de uma mesma instituição).

Materiais complementares como, bibliografia do curso, PDFs, links de vídeos indicados pelas professoras, serão compartilhados através de uma pasta virtual, gerenciada pelo professor e a coordenação do curso. O material ficará acessível por tempo limitado.

Pedidos de cancelamento ou transferência serão aceitos até a véspera de abertura do curso.

Pedidos de cancelamento ou transferência, enviados após início do curso, não serão considerados, visto a necessidade de organização das atividades. 

O curso oferece interprete/tradução de libras. Para audiodescrição será necessário a pessoa interessada solicitar por e-mail até 5 dias antes do inicio do curso.

Mais informações no site da Pinacoteca ou pelo e-mail cursos@pinacoteca.org.br.

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