A Pinacoteca do Estado de São Paulo apresenta, na Estação Pinacoteca, a exposição Carmela Gross – Corpo de ideias, com 16 trabalhos realizados entre 1965 e 2010; e a instalação, Iluminuras – 2010, feita especialmente para a mostra e que consiste na colocação de giroflex (luzes de emergência) espalhadas por toda a fachada da Estação Pinacoteca.
O título da exposição vem de um trabalho da artista realizado em 1981, Corpo de idéias. “Esse trabalho é uma grande cópia heliográfica com milhares de imagens que se sobrepõem. Mas, por conta da alta sensibilidade da impressão heliográfica, o trabalho vai desaparecendo durante a exposição, até transformar-se num grande monocromo azul. A obra refere-se à construção do visível pelo aparecimento de imagens sobre a superfície de papel, mas, ao mesmo tempo, a sua saturação e seu desaparecimento pela super exposição. Um corpo de ideias, título da exposição, é emprestado desse trabalho para designar o grupo de trabalhos apresentado na mostra e que constitui um corpo de idéias; um conjunto de questões em torno de sua produção”, afirma Ivo Mesquita, curador da mostra.
Além desse trabalho poderão ser vistos: Nuvens, 1967, com imagens esquemáticas em madeira, que aludem ao universo das histórias em quadrinhos e ao desenho infantil. Carmela materializa sonhos e envia nuvens ao chão trazendo o impalpável ao alcance das mãos. Nas obras A Carga e Presunto, 1968, exibidas na X Bienal de São Paulo (1969), a artista usou lona de cobertura de carga de caminhão, numa referência a cultura das estradas. A série Carimbos, realizada em 1978, e o Projeto para a Construção de um Céu, de 1981, refletem a atenção da artista para os meios técnicos. Já obras como Uma casa, 2006, e Se vende, 2008, evidenciam a mudança de suporte utilizado pela artista, que agora realiza intervenções compostas de lâmpadas fluorescentes, fios e estruturas metálicas.