A Pinacoteca do Estado de São Paulo apresenta, na Estação Pinacoteca, a exposição Em Azul, de Elizabeth Jobim (Rio de Janeiro, RJ, 1957). A instalação, desenvolvida especialmente para o espaço em 2010, é composta por cerca de 30 telas, com comprimento e profundidade variados, que, colocadas lado a lado e de maneira ininterrupta, dão idéia de continuidade da obra no espaço expositivo. Figuras geométricas, cúbicas e linhas em azul formadas nas superfícies e nos lados das telas, completam a instalação.
O ponto de partida do trabalho de Jobim está nas pedras irregulares que ela coleta no Rio de Janeiro. A partir disso, a artista cria pequenos desenhos volumétricos baseados na forma e na aparência das pedras. Suas linhas percorrem os painéis em uma série de superfícies quadradas e retangulares. Nas pinturas-instalações de Elizabeth Jobim, a ordem dos painéis pode ser alterada de forma a compor diferentes narrativas. É um trabalho em que as partes se conectam para criar o todo.
Segundo Taísa Palhares, curadora da mostra “Desde meados da década de 1980, Jobim vem buscando uma compreensão atualizada da pintura moderna, repensando-a a partir dos problemas contemporâneos. Sua trajetória, que ao longo do tempo se desdobrou em diversos caminhos, sofreu uma inflexão significativa nos anos 2000, quando a artista passa a realizar grandes instalações pictóricas com partes moduladas, expandindo o diálogo entre a pintura e seu espaço entorno. Deste conjunto, destacam-se duas exposições: Aberturas, na Bienal do Mercosul (Porto Alegre, 2005) e Endless Line, na Lehman College Art Gallery (Nova York, 2008).
ELIZABETH JOBIM
Elizabeth Jobim nasceu em 1957 no Rio de Janeiro, onde estudou desenho e pintura com Anna Bella Geiger, Aluísio Carvão e Eduardo Sued. Formou-se em Comunicação Visual na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC/RJ) em 1981, com especialização em história da arte e da arquitetura brasileira em 1988-1989. De 1990 a 1992 fez mestrado em Artes Plásticas (MFA), na Schollof Arts New York . Em 1994, lecionou no Ateliê de Desenho e Pintura da Escola de Artes Visuais do Parque Lage (Rio de Janeiro).
Entre as suas exposições, destacam-se: Salão Nacional de Artes Plásticas, no Museu de Arte Moderna (Rio de Janeiro, 1982/1983); Como Vai Você Geração 80?, no Parque Lage (Rio de Janeiro, 1984); Rio Hoje, no Museu de Arte Moderna (Rio de Janeiro, 1989); Panorama da Arte Atual Brasileira, no Museu de Arte Moderna (São Paulo, 1990); Selections from the MFA Program and Range, na Visual Arts Gallery (Nova York, 1992); Influência Poética: dez desenhistas contemporâneos, Amilcar de Castro e Mira Schendel, no Paço Imperial (Rio de Janeiro, 1996); Brasil Arte Contemporânea Brasileira, na Galeria Nacional de Belas Artes (Pequim, China, 2001); O espírito de nossa época: coleção Dulce e João Carlos de Figueiredo Ferraz, no Museu de Arte Moderna (Rio de Janeiro e São Paulo, 2001); Caminhos do Contemporâneo – 1952/2002, no Paço Imperial (Rio de Janeiro, 2002) e 5ª Bienal do Mercosul (Porto Alegre, 2005). Em 2006, o Paço Imperial (Rio de Janeiro) organizou sua exposição individual Aberturas.