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Postagem: Quem é Marta Minujín, uma das artistas latino-americanas mais importantes da sua geração
Cores, performances, instalações e diversos recursos multimeios tornaram a exposição “Marta Minujín: Ao vivo” uma explosão de expressão e interação. A criadora das obras, Marta Minujín é uma artista-personagem cujo estilo e personalidade extravagante estão alinhados à sua arte. A artista é reconhecida internacionalmente como a pioneira do happening e da arte participativa, transitando entre diversas linguagens, escalas, circuitos artísticos e sociais.
Minujín figura em capítulos importantes da história da arte, do novo realismo, passando pela arte pop, conceitualismos, arte pública e multimeios. Hoje, aos 80 anos, a artista continua produzindo.
A trajetória de Marta Minujín
Nascida em Buenos Aires, 1943, Marta Minujín começou a carreira com 18 anos e logo nos primeiros anos se tornou um fenômeno. Na década de 1960, alcançou grande consagração na Argentina e internacionalmente e, ao longo da sua trajetória, se tornou a embaixadora do movimento pop na Argentina e transitou entre ambientes criativos e intelectuais em grandes capitais artísticas do mundo.
A performatividade foi algo que Minujín abraçou ao longo da carreira; em 1963, ela anunciou que iria destruir suas obras no seu ateliê, na rue Delambre, em Paris. A artista portenha convocou artistas amigos para intervirem sobre as peças e, logo em seguida, as incendiou.
É também na participação e constante investigação da esfera pública, seja na urbanidade ou na mídia, que a obra de Marta Minujín existe como um gesto de comunicação. Em 1966, ela foi uma das pioneiras no mundo a realizar uma intervenção televisiva: La cabalgata [O desfile] foi uma transmissão ao vivo de um happening seu junto a fisiculturistas, músicos, galinhas e cavalos, no estúdio do programa La Campana de Cristal, da TV aberta argentina.
A artista latino-americana
O fato de ser uma mulher latino-americana não desmobilizou a força e a liberdade das proposições de Marta Minujín, muito menos inibiu seu trânsito entre os ambientes criativos e intelectuais das grandes capitais artísticas do mundo, sobretudo daquelas onde viveu ou que frequentou mais assiduamente, como Paris e Nova York.
Marta tem uma atuação extensa no Brasil. Sua primeira vinda foi no ano de 1978, quando integrou a mostra Poéticas visuais. Meses depois, também esteve na I Bienal Latino-Americana de São Paulo e, mais recentemente, na mostra coletiva da Pinacoteca “Mulheres radicais: arte latino-americana, 1960-1985”, em 2018.
O fim do regime militar na Argentina, em 1983, foi celebrado pela artista com um monumento à democracia, El Partenón de libros [O Partenon de livros], erguido por uma semana na avenida 9 de Julio, no centro de Buenos Aires.
Colchões, cores e light shows
Foi no auge da psicodelia e movimento hippie que Marta começou a bordar em colchões sensações alcançadas por meio da música e do uso de drogas lisérgicas.
Além dos colchões e cores vibrantes, quem visitar a sua exposição na Pinacoteca será capaz de reconhecer as referências explícitas que Marta faz à cultura de massa, senso de humor e também as analogias sempre possíveis com o universo dos jogos e do entretenimento.
Além disso, instalações com projeções, iluminação e vídeos também fazem parte da mostra. Entre 1966 e 1967, Marta frequentou light shows — ambientações artísticas concebidas para apresentações de música na cena alternativa, na “Union Light Company”. O gênero criativo certamente foi responsável por Marta seguir procurando maneiras de alcançar um estado de epifania e alumbramento por meio de seus trabalhos.
Desde que era uma jovem artista Marta Minujín criou ambientes e convidou o público a viver experiências literalmente dentro de sua obra e quem visitar a mostra na Pinacoteca certamente terá a vivência.
A exposição “Marta Minujín: Ao vivo” esteve em cartaz de 29 de julho a 28 de janeiro de 2024, na Pinacoteca Luz.
Quem escreveu:
Autor da Postagem: Pina
Equipe Pinacoteca