A mostra“Ad Minoliti: Escola Feminista de Pintura” transforma o espaço expositivo em uma sala de aula ativa com programações ao longo dos cinco meses em cartaz!
Programação junho
OFICINA: N’Gomku*, com Ana Beatriz Almeida
Nesta oficina imersiva, a performer e pesquisadora Ana Beatriz Almeida apresenta a técnica corporal N’Gomku, uma prática de dança inspirada no Butoh, mas enraizada nos ritos de passagem funerários afro-brasileiros. O nome N’Gomku surge da fusão de dois termos africanos — Ngoma (energia em movimento, em bantu) e Iku (morte, em iorubá) — e pode ser compreendido como “movimentar a energia da morte”.
Desenvolvida como uma meditação ativa, a técnica utiliza movimentos inspirados nas sete principais divindades desses ritos ancestrais, aliando silêncio, respiração e presença para induzir estados de consciência alterada. A oficina convida os participantes a acessar memórias corporais profundas e experiências ancestrais muitas vezes adormecidas no cotidiano das sociedades ocidentais.
*É obrigatório a utilização de roupas brancas ou claras. Os participantes deverão levar fotografias em preto e branco de si criança ou de outra pessoa da família criança.
Data e horário
6 de junho, sexta-feira | 14h30
Como participar
20 vagas.
Sobre Ana Beatriz
Ana Beatriz (Ana Be) é curadora, artista visual e pesquisadora comprometida com a ampliação da presença e representação de mulheres negras na arte contemporânea. Sua atuação transita entre a curadoria, a performance e a experimentação visual, promovendo reflexões sobre corpo, identidade e memória afro-diaspórica. Com um olhar voltado para a ressignificação de narrativas históricas, desenvolve projetos que destacam a potência e a diversidade das produções de artistas negras no Brasil. Além de sua prática artística e curatorial, Ana Be é uma voz ativa na construção de espaços mais inclusivos no circuito artístico.
CONVERSA: Eu não morrerei uma segunda vez: introdução aos sistemas de mistérios, com Abigail de Campos Leal
Encontro parte da intuição de que os chamados textos funerários inscritos no chamado Livro dos Mortos do Egito Antigo, são, na bem da verdade, poéticas do infinito. Situando estas poéticas inscritas nos sistemas de mistérios kemita – no contexto da geopolítica do Vale do Nilo e das Dinastias Faraônicas – e sua relação problemática com a metafísica grega, o cristianismo latino e com as ciências europeias, Abigail propõe um mergulho na dimensão espiritual e mística dos mistérios. Invocando seus textos e imagens na dimensão material da fé, e compartilhando sua pesquisa “a transição é uma fuga: as poéticas do infinito e o fim da Ontologia”, a crítica e escritora mostrará algumas reverberações dos mistérios kemita nas criações artísticas feitas por pessoas fugitivas do binarismo de gênero e da maldição racial no Brasil contemporâneo.
Mesclando práticas experimentais com exercícios de meditação e leitura de textos, os participantes serão convidados a realizarem exercícios de escrita criativa e fabulação como oportunidade para fabularmos formas radicais de nos conectarmos com o infinito e honrar o legado que o Povo Preto das Planícies Aluviais do Nilo nos deixou.
Data e horário
7 de junho, sábado | 11h
Como participar
É só chegar! Não precisa se inscrever.
Sobre Abigail de Campos
Abigail de Campos Leal (Belém, 1984) é escritora, pesquisadora e crítica cuja produção transita entre a literatura, a teoria queer e os estudos de gênero. Com uma abordagem que desafia normas e expande fronteiras discursivas, sua pesquisa investiga as interseções entre identidade, desejo e linguagem, questionando estruturas hegemônicas na literatura e na crítica cultural. Seu trabalho propõe novas leituras sobre a representatividade LGBTQIAP+ na escrita, promovendo diálogos entre a ficção, a teoria e a militância. Além de sua produção acadêmica e literária, atua na difusão do pensamento queer como ferramenta de transformação social e política.
OFICINA Peludinhos, abstração e corpo, com Élle Bernardini
A artista Élle de Bernardini convida o público a experimentar a pintura como um campo de desejo, toque e provocação. A partir de sua série Peludinhos, Élle propõe uma imersão em processos pictóricos que flertam com a estética concretista e neoconcretista brasileira, ao mesmo tempo em que tensionam suas heranças formais e normativas. abrindo espaço para a criação de obras que dialogam com o corpo e a sexualidade. Através de formas geométricas – pontos e linhas que evocam orifícios e falos – e de uma paleta simbólica que transita entre o azul, o rosa, o roxo e o cinza, os participantes serão convidados a investigar como gênero, desejo e sensorialidade podem ser inscritos na pintura.
Data e horário
27 de junho, sexta-feira | 14h30
Como participar
Inscrições via formulário a partir de 9 de junho.
Sobre Élle de Bernardini
Élle de Bernardini (Itaqui, 1991) é artista visual e escritora cuja obra aborda questões de gênero, sexualidade e identidade, com ênfase na vivência trans. Sua produção transita entre pintura, escultura, instalação e performance, explorando a materialidade da arte como meio de questionamento social e político. Com um trabalho marcado pela investigação conceitual e estética, propõe novas narrativas sobre o corpo e a subjetividade trans na arte contemporânea. Além de sua atuação artística, Élle de Bernardini contribui para o debate sobre diversidade e inclusão no campo cultural, ampliando o espaço para perspectivas trans no circuito artístico.
Sobre a programação
Reimaginando a estrutura de uma escola de arte, Ad Minoliti, junto a curadoria da Pina, convida artistas, estudiosas, escritoras e ativistas para liderar oficinas quinzenais abertas tanto a artistas de diferentes gerações quanto a não-artistas.
Cada encontro será voltado às pesquisas e compartilhamento de cada pessoa convidada, trazendo discussões com alguma instrução prática para os participantes realizarem uma pintura, com o objetivo de reimaginar e reivindicar novas narrativas em contraponto às históricas e hegemônicas da arte.
Programação completa
MAIO
9 de maio, sexta | Oficina com Maria Bonomi, artista e gravurista.
- Às 14h30
- 20 vagas
- inscrições abertas a partir do dia 21/04
10 de maio, sábado | Bate-papo com Anelis Assumpção, cantora e compositora.
- Às 11h
- vagas ilimitadas
- sem necessidade de inscrição
23 de maio, sexta | Oficina com Mônica Ventura, artista, pesquisadora e educadora.
- Às 14h30
- 20 vagas
- inscrições abertas a partir do dia 12/05
JUNHO
6 de junho, sexta | Oficina com Ana Be, curadora, artista e pesquisadora.
- Às 14h30
- 20 vagas
- inscrições abertas a partir do dia 19/05
7 de junho, sábado | Bate-papo com Abigail Campos Leal, escritora e pesquisadora.
- Às 11h
- vagas ilimitadas
- sem necessidade de inscrição
27 de junho, sexta | Oficina com Élle de Bernardini, artista, escritora e performer.
- Às 14h30
- 20 vagas
- inscrições abertas a partir do dia 9/06
JULHO
11 de julho, sexta | Oficina com Yacunã Tuxá, artista, ilustradora e ativista.
- Às 14h30
- 20 vagas
- inscrições abertas a partir do dia 23/06
12 de julho, sábado | Bate-papo com Marcela Tiboni, artista e ativista.
- Às 11h
25 de julho | Oficina com Ad Minoliti
- Às 14h30
- 20 vagas
- inscrições abertas a partir do dia 7/07
Serviço
Local: Pina Contemporânea (Galeria Praça)
Endereço: Avenida Tiradentes, 273, Luz, São Paulo — SP.