Tipo: Cursos | Local: On-line

Cursos: Curso Ecossemânticas: arte, paisagem e ecologia

Data Início Cursos 05 de agosto de 2024 - Data Término Cursos 26 de agosto de 2024

Inscrições Início Cursos 15 de julho de 2024 - Inscrições Término Cursos 01 de agosto de 2024

O curso oferece uma análise das produções artísticas que procuraram e procuram, de alguma maneira, estabelecer relações com a Ecologia, compreendendo-a como ciência que estuda as relações entre os seres vivos e destes com os meios orgânicos ou inorgânicos no qual vivem.

Visando identificar os deslocamentos do prefixo “Eco” no contexto das produções artísticas, o curso oferece um panorama das produções que se aproximam e se apropriam da paisagem, da cidade, do meio ambiente e do meio digital. Passando pelo contexto das primeiras experiências das vanguardas localizadas no Norte Global, como a Land-Art, às experiências contemporâneas que se deslocam para os ambientes virtuais e urbanos, o curso explora as semânticas e poéticas que criam relações diretas com o meio que vivem, mostrando o quão intercambiável este termo tem sido no universo artístico e como a arte se apropria de diversas maneiras deste prefixo ao longo da história. 

PÚBLICO-ALVO: pessoas professoras, pesquisadoras, artistas e público geral interessado em arte.
FORMATO: on-line
NÚMERO DE VAGAS: 250

10 vagas para pessoas alunas  ali:leste 
50 vagas para pessoas professoras de escolas públicas e educadoras sociais
30 vagas afirmativas (pessoas pretas, pardas, amarelas, indígenas, ciganas, transexuais/travestis, com deficiência e pessoas com rendimento médio mensal de até dois salários mínimos).

Seleção por ordem de inscrição através do formulário on-line.

DIAS E HORÁRIOS

Datas: 5, 7, 12, 14, 19, 21 e 26 de agosto de 2024 (segundas e quartas)
Horário: das 19h às 21h

PREÇO

Inteira: R$250,00
Meia: R$125,00 (meia para pessoas professoras, estudantes e acima de 60 anos)
Amigos e patronos da Pina: R$230,00

INSCRIÇÕES

Por meio do site parceiro Inti. Até 1 de agosto.

PROGRAMA DE AULAS

Aula 1 –  Ecosofia  – com Cláudio Tarouco de Azevedo – 5/08  

O primeiro encontro passará pelo conceito de Ecosofia a partir da perspectiva do filósofo francês Félix Guattari. De acordo com o autor, tal nomenclatura trata da compreensão acerca do ambiente em que vivemos e de como aprendemos e agimos sobre as problemáticas em diferentes contextos e circunstâncias, tendo como base as relações estabelecidas entre três ecologias: a ambiental, a das relações sociais e a da subjetividade humana (mental). Como aula inaugural, este encontro visa dar embasamento filosófico para se compreender a diversidade de produções artísticas que espelham as relações entre ambiente (natural, urbano e digital), subjetividade e contextos sociais. 

 

Aula 2 – A arte como um ecossistema – com Jorge Menna Barreto – 7/08

Desafiando os preceitos modernos que veem a obra de arte como um organismo autônomo e auto-contido, esta aula propõe uma perspectiva alternativa: a obra de arte como um ecossistema. Investigaremos como a arte se situa e se transforma dentro de um contexto específico e complexo, enfatizando suas relações de exterioridade e interdependência.

 

Aula 3 – Arte para uma cidade sensível – com Brígida Campbell – 12/08 

Sob as mais diversas nomenclaturas, a chamada arte urbana reúne uma série de produções e projetos artísticos que se apropriam de diferentes estratégias para se inserirem no espaço público. Dando ênfase ao lugar e incorporando todas as suas dimensões culturais, sociais, formais e ambientais às obras produzidas a partir da teia urbana, apresentam processos totalmente contaminados por suas especificidades. Compreendendo a cidade a partir da ecologia, esta aula irá atravessar práticas artísticas, que agenciaram as dinâmicas dos territórios urbanos e suas coletividades, mostrando seu caráter fluído, tensionador e vezes transgressor. 

 

Aula 4 – Territórios descentralizados – com Anna Luiza Oliveira  – 14/08 

Em contraponto às práticas da arte urbana até o período anterior – que por um lado contestou os espaços da arte mas, por outro, absorveu e foi absorvida por processos de legitimação do próprio circuito cultural – as produções contemporâneas que nascem nas bordas e nos territórios renegados de direitos, trazem estéticas intrinsicamente ligadas às tensões sociais e identitárias. A arte produzida nas periferias e espaços dissidentes elaboram e absorvem processos anteriores ao mesmo tempo que contribuem para a criação de novas estéticas que se confluem entre ruralidades e centros urbanos. Anna Luisa Oliveira, coordenadora do Galpão Bella Maré – Observatório das Favelas, trará projetos e produções artísticas nascidas de territórios descentralizados.

 

Aula 5 – Memórias de nós-paisagens – com Naine Terena  – 19/08 

Naine Terena, curadora do pavilhão Brasileiro na Bienal de Veneza e da exposição “Véxoa“ na Pinacoteca, tem uma larga pesquisa nas produções artísticas indígenas de todo o Brasil. A partir da problematização das relações entre memória, paisagem e pessoas, e questionamentos como as produções visuais narram “ecologias” e suas mutações, a aula percorre a produção de artistas indígenas brasileiros contemporâneos.

 

Aula 6 – Eco-arte latino-americana – com Beatriz Lemos  – 21/08 

Mais informações em breve.

 

Aula 7 – Máquinas de gerar extra-naturezas: inteligências distribuídas e ecossistêmicas – com Giselle Beiguelman –  26/08 

As tecnologias de inteligência artificial (IA) têm desempenhado papéis controversos. Por um lado, contribuem para a padronização e o controle social, com vieses racistas, etaristas e profundamente comprometidos com sistemas hegemônicos. Por outro lado, permitem desafiar os processos normativos, apontando para as potencialidades de uma “extra-natureza”, por meio de novas interlocuções entre humanos, máquinas e outros seres vivos. A compartimentação entre natureza e cultura foi historicamente construída e supõe clivagens que não se sustentam social e cientificamente. Entretanto, no contexto tecnológico atual, o questionamento dessas fronteiras sugere possibilidades de rearranjos simbólicos que esta aula pretende discutir, tomando como ponto de partida a produção artística que opera no tensionamento entre o maquínico e o não maquínico.

PALESTRANTES

CLÁUDIO TAROUCO DE AZEVEDO

Artista visual, vegetariano, pesquisador e professor com formação em Artes Visuais e Educação Ambiental. Professor nos Cursos de Artes Visuais, do Instituto de Letras e Artes, da Universidade Federal do Rio Grande — FURG. Coordenador do Grupo de Pesquisa ARTƎECOS: núcleo de estudos e práticas artísticas ecosóficas – CNPq/FURG, vice-líder do PhotoGraphein: núcleo de pesquisa em fotografia e educação – CNPq/UFPel. Realiza pós-doutoramento em Criação Artística Contemporânea no Departamento de Comunicação e Arte, da Universidade de Aveiro, Portugal. Sua produção artística e intelectual é transversalizada pela ecosofia de Félix Guattari e pelo veneratio vitae de Albert Schweitzer. 

JORGE MENNA BARRETO

Ph.D. é artista e educador brasileiro, cuja prática e pesquisa se dedicam à arte site-specific há mais de 20 anos. Em 2014, ele trabalhou em um projeto de pesquisa de pós-doutorado na Universidade do Estado de Santa Catarina, Brasil, onde colaborou com um biólogo e um agrônomo para estudar as relações entre arte site-specific e agroecologia, focando em agroflorestas. Em 2020, completou uma segunda pesquisa de pós-doutorado na Liverpool John Moores University, Inglaterra, que deu origem ao trabalho que apresentou na Bienal de Liverpool de 2021. Menna Barreto aborda o site-specificity a partir de uma perspectiva crítica e sul-americana, dando aulas, palestras, e escrevendo extensivamente sobre o assunto. Atualmente é Assistant Professor no Departamento de Arte da UCSC (University of California Santa Cruz), onde também dá aulas no novo MFA em Arte Ambiental e Prática Social.

BRÍGIDA CAMPBELL

É artista e professora do curso de Artes Visuais da EBA-UFMG. Há mais de 20 anos ela pesquisa as relações entre arte e cidade, trabalho coletivo e arte socialmente engajada. Atualmente pesquisa as relações entre arte, ecologia e transformação social. Seu trabalho envolve aulas, curadorias, palestras, publicações, workshops e exposições. Em sua obra, ela transita por diferentes linguagens, como pintura, desenho, instalação, vídeo, intervenções urbanas, artes gráficas e performances, explorando as sutilezas poéticas do cotidiano, criando imagens ou situações que estimulam a imaginação, a criatividade e a produção coletiva. É mestre em Artes Visuais pela EBA UFMG e Doutora pela Escola de Comunicações e Arte da USP. 

ANNA LUISA OLIVEIRA

Anna Luísa Oliveira é Doutoranda em Estudos Étnicos e Africanos pela Universidade Federal da Bahia (Pós-Afro-UFBA), mestra (PPGMUSEU-UFBA) e Bacharel em Museologia pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). É pesquisadora da área de arte contemporânea, museologia social, gênero e raça. É coordenadora de educação do Galpão Bela Maré. Participa do Grupo de Pesquisa Ativista em Raça, Gênero e Subalternidade – Coletivo Angela Davis. Investiga a representação de mulheres negras e suas memórias interseccionadas ao patrimônio cultural e museus. Tem atuado na área de educação, investigação da memória e conservação preventiva por meio do estudo de patrimônio e identidades. Realiza atividades na área de curadoria e montagem de exposições tendo como foco a produção artística, levando em consideração a correlação entre o processo criativo e a educação patrimonial. 

NAINE TERENA

É uma ativista, educadora, artista e pesquisadora indígena do povo Terena. Foi curadora da primeira mostra de arte indígena da Pinacoteca de São Paulo, “Véxoa: Nós sabemos“, e uma das curadoras do festival de arte indígena e atualmente faz parte da Diretoria de Educação e Formação Artística do Ministério da Cultura, no Governo Federal do Brasil. Naine Terena é doutora em educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), e mestre em artes pela UnB e docente na Faculdade Católica de Mato Grosso. Integra a Rede Multimundos de pesquisas da UFMT, onde coordena o projeto de pesquisa ‘Lab Gentes’ com enfoque em arte, educação, movimentos sociais e tecnologias. Em 2021 foi membro do Comitê de Indicação do prêmio PIPA e do júri da 13ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo. Em outubro do mesmo ano, apresentou, com a historiadora de arte Claudia Mattos Avolese, a palestra on-line “We know and walk together: Contemporary Indigenous Art in Brazil” na Universidade Harvard, em Massachusetts. 

BEATRIZ LEMOS

Trabalha com curadoria, pesquisa e escrita. Tem formação em História da Arte pela UERJ e mestrado em História Social da Cultura pela PUC RJ, e responde pela fundação e direção da organização Lastro, que promove processos de criação e aprendizagem transdisciplinares, voltados para arte no Sul Global. Integrou o programa Curador Visitante da Escola de Artes Visuais do Parque Lage (RJ 2015/2016), desenvolvendo a criação da atual Biblioteca | Centro de Documentação e Pesquisa da EAV. Fez parte das comissões curatoriais do 20º Festival de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil (2017) e da Bolsa Pampulha (2018/2019), e coordenou as residências Lastro em campo: percursos ancestrais e Travessias Ocultas – Lastro Bolívia, que ganharam exposições no SESC SP (2016 e 2018). Entre os anos de 2019/2021 integrou a equipe curatorial da 3ª Frestas – Trienal de Artes (Sorocaba, SP). Recentemente, recebeu pela Universidade da Califórnia em Los Angeles, EUA, o prêmio anual pelo conjunto da obra, Regents Lecturer 2023, oferecido aos profissionais internacionais de diferentes áreas de atuação. Entre dezembro de 2020 e Janeiro de 2024 foi Curadora Chefe do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Atualmente é Curadora Coordenadora de Inhotim. 

GISELLE BEIGUELMAN

Giselle Beiguelman é artista e professora na FAU-USP. É autora de “Políticas da imagem: vigilância e resistência na dadosfera” (UBU Editora, 2a ed. 2023) e “Memória da amnésia: políticas do esquecimento” (Edições Sesc, 2019), entre outros. Suas obras artísticas fazem parte de coleções de museus no Brasil e no exterior, incluindo o ZKM (Alemanha), o Museu Judaico de Berlim, o MAC-USP e a Pinacoteca de São Paulo. Em seus projetos recentes, investiga a construção do imaginário colonialista nas artes e ciências utilizando recursos de Inteligência Artificial.

MAIS INFORMAÇÕES

O curso será on-line, realizado em formato ao vivo via YouTube. O link de acesso para a sala on-line e demais informações serão enviadas por e-mail até a véspera do início do curso.

O curso é on-line, fornecido no formato síncrono, ou seja, ao vivo, e a presença será computada via formulário a ser preenchido durante as transmissões. As aulas serão gravadas e disponibilizadas para os alunos regularmente inscritos após o encerramento do curso e por período limitado. A equipe Pina Cursos compartilhará o link de acesso dos vídeos por e-mail e prazo de acesso.  

Declaração de comparecimento

A declaração de frequência será emitida após o término do curso aos participantes que obtiverem o mínimo de 75% de presença durante o curso, ou seja, logados no momento da transmissão do curso. O acesso aos vídeos das aulas do curso não será considerado na contagem de frequência. 

A inscrição é pessoal e intransferível. Em caso de inscrição-presente, no momento da matrícula o pagante deve incluir os dados da pessoa convidada e informar a organização do curso sobre tal inscrição-presente, de modo a evitar possíveis equívocos de cadastro ou de compartilhamento dos conteúdos de estudo. 

Meia-entrada

A utilização de meia-entrada é concedida a: estudantes, pessoas professoras, com 60 anos ou mais e funcionárias de instituições culturais (limite de até 5 funcionários de uma mesma instituição).

Materiais

Materiais complementares como, bibliografia do curso, PDFs, links de vídeos indicados pelas pessoas palestrantes, serão compartilhados através de uma pasta virtual, gerenciada pela coordenação do curso. O material ficará acessível por tempo limitado. 

Pedidos de cancelamento 

Pedidos de cancelamento ou transferência serão aceitos até a véspera de abertura do curso. 

Pedidos de cancelamento ou transferência, enviados após início do curso, não serão considerados, visto a necessidade de organização das atividades. 
 

Libras

O curso oferece interprete/tradução de Libras. Para audiodescrição será necessário a pessoa interessada solicitar por e-mail até 5 dias antes do início do curso. 

Mais informações pelo e-mail cursos@pinacoteca.org.br. 

 

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